sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Diz o dito popular: "Cavalo encilhado não passa duas vezes" e uma estranha dupla coincidência.

Volta e meia me agarro à algum ditado e começo a refletir bastante em cima dele, tipo Olho vivo porque cavalo não desce escada. Sim, esses ditos populares, desprezados por muitos como clichês, mas que em determinados momentos da nossa vida nos fazem levantar de um tropeço, nos confortam em alguma situação embaraçosa e até mesmo através deles realizamos grandes prodígios.

Ultimamente tenho pensado muito neste adágio gaúcho que escolhi como título. De fato, sabemos que oportunidades na nossa vida aparecem e desaparecem como vultos numa noite escura, passamos os olhos por ele muitas vezes sem entender de fato o que ele quer nos alertar, advertir; falar que oportunidades são portas abertas para o paraíso da vida profissional ou financeira. Entre o sim e o não, essas duas vertentes são divisoras de águas a partir do momento em que apostamos ou refugamos, sem termos a oportunidade de saber como teria sido se tivéssemos escolhido a primeira opção. Ouso dizer que este é o tempero da vida, o que nos ensina a escolher, desde crianças quando optamos por jogar bola ou ler um bom livro sob pena de nos arrependermos de uma perna quebrada numa jogada dividida ou o fim trágico do mocinho da história nos gerando uma frustração.

Oportunidades nos surgem como o vento, que não podemos nem ver e nem ouvir, mas se estivermos atentos podemos sentí-las tal qual a suavidade de uma brisa. Escolhi, por timidez e por falta de recursos financeiros, deixar de entrar pra história através da televisão, decidido apenas trabalhar em jornais, deixando de montar no lombo do "cavalo encilhado da vida", que me obrigou a camperear pelo campos do jornalismo impresso.

Mas na minha vida profissional, em termo de convites para trabalhar em televisão, o "cavalo encilhado passou três vezes". E todos eu reneguei por timidez e desconhecimento. A primeira vez que o cavalo passou encilhado, e eu ignorei, foi quando recebi o convite do hoje saudoso amigo Vito Amaury Sotffel, então diretor presidente da Locarauto, a maior locadora de Porto Alegre, que me ofereceu fazer um programa na TV Difusora (hoje Band) e ele entraria com o patrocínio. Receoso, sem condições financeiras e tímido, acabei deixando passar a oportunidade. Tempos depois era o diretor comercial da TV Difusora, hoje advogado bem sucedido, Marco Antonio Birnfeld, que me fez convite para apresentar programa na emissora. E mais uma vez, por não conhecer como funciona uma televisão e como conseguiria roupas para me apresentar no programa, desprezei o convite, apesar da insistência do amigo Marco Antônio, hoje dono do site "Espaço Vital" junto com o filho Dionízio Renz Birnfeld. A TV Difusora, á época, pertencia à Ordem dos Frades Capuchinhos.

Os anos passaram, e a TV Difusora apresentava ao meio-dia o Progra Portovisão, que era dividido em diversos quadros. Fernando Vieira era o produtor do quadro Gente. Com a saída de Luiz Carlos Mello, Fernando Vieira me fez novo convite, então para substituir o Melinho e apresentar o quadro Gente, que versava sobre clubes e sociedade da Grande Porto Alegre. Pelas mesmas - e idiotas - razões, acabei evitando de me encontrar com Fernando, posto que o mesmo insistia que eu substituísse o Luiz Carlos, feito que ele mesmo acabou assumindo depois.

A ESTRANHA DUPLA COINCIDÊNCIA

Além dessas três vezes em que o "cavalo passou encilhado" e eu não montei, teve um outro fato curioso e de estranha coincidência. Lá pelo ano de 1971 - e eu havia recém me casado e já morando em apartamento -, em conversa com o saudoso amigo Ronaldo Francisco de Oliveira, resolvi trocar o nome da coluna social que assinava no semanário O Timneiro para O Colunão, pois a coluna social, na época, era grande e ocupava as duas páginas centrais do jornal. Lendo uma revista do Rio de Janeiro, que o amigo Ronaldo me levara, me deparei com um jornalista carioca, que assinava sob o pseudônimo de Xico Júnior (exatamente com "X" como eu) uma coluna de esportes intitulada O Colunão. Foi a partir daí que passei a assinar a coluna social somente com o meu pseudônimo Xico Júnior, que de pseudônimo acabou praticamente virando um nome de tão conhecido, não apenas no meio jornalístico, mas pela alta sociedade, amigos e fãs (desculpem a imodéstia) que cultuo até hoje e que me tratam com tal carinho e até dizem ser eu o maior referencial do jornalismo de Canoas, atitudes, exageradas é bem verdade, que mesmo assim comovem.
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